Diários Noturnos

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25 de fevereiro de 2016

MEU CORPO DE ONDAS

Estou de frente
ao mar.
Chove aqui.
Chove no mar.


A chuva
no mar
movimenta
mais
ainda
as ondas.

O mar
escureceu
suas
águas:
tem o tom
de que delas
surgirá
piratas.


Como
estou
me
sentindo?

Será
que
eu
poderia
me
sentir
como um barco?

Será

que
um
barco
sente?

Será
um
barco?

Não vejo.
Mas sinto.

Um barco
é um arco
que tem
a força
de segurar
o mar.


Porque pesa
a devida
densidade,
levemente 

desvia
das ondas
que poderiam
afundá-lo.


O barco
tem a 
precisa
leveza, 

tem o
preciso
peso
para

ser
sob
as
imprecisões
das ondas.

Sou um barco.
Tenho o mar
todo para
pertencer.


O milagre de
PER
TEN
SER

até que
a âncora

de meus 
piratas
finque
equilibrada

na dança
do meu corpo
feito
de ondas.


Lá vem
Lá vai
Lá me vou
As
ondas
on    das
on    das
on
das
on
d
a
s
de meu corpo.

 





 
 

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'O ar está tão carregado de espíritos que não sabemos como lhes escapar.'(Goethe in Fausto)

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